Curitibano usa mais transporte coletivo que a média nacional e cidade amplia integração e modernização do sistema

Curitiba mantém posição de destaque nacional no uso do transporte coletivo, segundo dados do Censo Demográfico 2022. O levantamento do IBGE mostra que 27% dos curitibanos utilizam ônibus para ir ao trabalho, acima da média nacional de 21%. Entre os 716.001 trabalhadores que se deslocam para fora de casa, 190.014 escolhem o transporte coletivo como principal meio de locomoção. O automóvel lidera com 49%, seguido pelos deslocamentos a pé (10,9%), motocicleta (4,9%) e bicicleta (2,74%). A Urbanização de Curitiba (Urbs) destaca que o sistema é referência mundial pela eficiência e uso de canaletas exclusivas, com previsão de ampliação da frota e eletrificação nos próximos anos.

O Sistema Integrado de Mobilidade (Sim) de Curitiba conta com 309 linhas, 22 terminais, 329 estações-tubo e frota de 1.189 ônibus. São 555 mil passageiros pagantes por dia útil e 6,4 milhões de viagens mensais. O presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, afirma que a nova concessão vai tornar o transporte mais sustentável, com ônibus elétricos e diesel Euro 6, novas linhas e mais integração temporal. O tempo médio de deslocamento até o trabalho varia entre 15 minutos e 1 hora para a maioria da população, e apenas 5,6% trabalham fora de Curitiba.

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  • 8,5 mil integrações temporais na Praça Rui Barbosa

    Um dos principais avanços recentes do transporte coletivo é a integração temporal implantada na Praça Rui Barbosa. Desde 14 de agosto, passageiros já realizaram 8,5 mil integrações temporais entre 39 linhas convencionais e quatro linhas expressas, incluindo 303-Centenário/Campo Comprido, 302-Centenário/Rui Barbosa e 603-Pinheirinho. A funcionalidade permite trocar de linha sem pagar nova tarifa e transforma a praça em um terminal a céu aberto, com fluxo diário de 55 mil passageiros — o quinto maior ponto do Sim, atrás apenas de Pinheirinho, Capão Raso, Cabral e Boqueirão.

    A integração funciona de duas formas: entre linhas convencionais e expressas com tempo de uma hora, e entre eixos Centro/Sul e Leste/Oeste, com tempo de dez minutos. O sistema utiliza o cartão-transporte da Urbs e reconhece automaticamente a conexão, evitando cobrança duplicada. Entre os benefícios estão economia, agilidade e praticidade, reduzindo deslocamentos desnecessários e otimizando rotas. A Prefeitura planeja expandir o modelo para a Praça Carlos Gomes e, posteriormente, para toda a cidade a partir da nova concessão. O prefeito Eduardo Pimentel reforça que todas as linhas terão integração temporal entre si, dando liberdade de trajeto ao passageiro.

    Nova concessão do transporte coletivo é apresentada ao Conselho da Cidade de Curitiba

    A nova concessão do transporte coletivo, apresentada em audiências públicas e ao Conselho da Cidade (Concitiba), prevê investimentos de R$ 3,7 bilhões ao longo de 15 anos. O contrato será dividido em cinco lotes: dois para BRTs e três regionais (Norte, Sul e Oeste). O projeto inclui 245 ônibus elétricos em cinco anos, 149 veículos Euro 6 no início do contrato e mais 1.084 veículos ao longo do período. Haverá também dois eletropostos públicos nos terminais Capão Raso e Capão da Imbuia. O projeto inclui a requalificação de 16 estações-tubo, reformulação de até 30 itinerários e criação de cinco novas linhas. A tarifa, atualmente em R$ 6, permanecerá congelada durante a transição de dois anos.

    Prorrogação da consulta pública sobre a nova concessão do transporte coletivo

    A equipe responsável prorrogou a consulta pública sobre o edital da nova concessão até 17 de novembro para ampliar a participação popular. Desde o início, cidadãos, entidades e investidores registraram 188 manifestações com diversas contribuições. O presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, explica que o processo amplia o diálogo entre poder público e sociedade. Ele também garante transparência antes da publicação do edital e do leilão. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) participa da estruturação do projeto. O BNDES e o consórcio Oficina Engenheiros Consultores Associados também integram a equipe técnica e financeira.

    Durante a audiência pública no Centro de Eventos do Parque Barigui, representantes da Urbs, Ippuc, BNDES e empresas do setor esclareceram dúvidas sobre o modelo de concessão e a remodelagem de linhas. Também abordaram a tecnologia dos novos veículos e os indicadores de qualidade. Investidores como Lucas Cornelsen, da fabricante Riseon, e usuários como o engenheiro Carlos Passos destacaram o interesse no projeto. A presidente do Ippuc, Ana Zornig Jayme, reforça que a participação do Concitiba representa um canal essencial de escuta. Ela também destaca seu papel na construção coletiva de soluções para o transporte urbano.

    A modernização do sistema curitibano visa tornar o transporte mais eficiente, sustentável e integrado, acompanhando a tendência de mobilidade elétrica. A cidade, que já se destaca pelo uso intenso de ônibus no deslocamento diário, avança em tecnologia, infraestrutura e gestão para consolidar o transporte coletivo como principal meio de mobilidade urbana. Com a nova concessão, Curitiba reforça sua posição de referência nacional em transporte público inovador, sustentável e centrado no cidadão.

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