Engenharia na prática: como são feitas as fundações da Ponte de Guaratuba

A construção da Ponte de Guaratuba, que será crucial para a mobilidade na região, está em fase inicial focada nas fundações dos pilares que sustentarão a estrutura. Até o momento, três estacas estão sendo implantadas, duas em terra e uma no mar, das 64 previstas. No canteiro de obras, camisas metálicas para cravação, armações e peças pré-moldadas de concreto estão em produção, marcando um progresso de aproximadamente 7% no projeto.

O processo de construção começa com a mobilização da balsa Crescer, equipada com guindastes de até 250 toneladas, que dão suporte a toda a operação na baía. A cravação das camisas metálicas, grandes tubos inseridos no solo com martelos hidráulicos, atravessa areia e rocha para se fixar na base da baía. Após a cravação, o solo e rocha são escavados dentro das camisas metálicas até a profundidade especificada no projeto, seguida da limpeza e drenagem da água com um airlift. Em seguida, guindastes erguem armações de ferro dentro das camisas para concretagem submersa, finalizando as estacas.

Atualmente, três estacas já receberam concreto, e a produção das demais está em andamento. O projeto prevê 64 estacas com diâmetros entre 180 cm e 220 cm, e comprimentos de 20 a 50 metros, variando conforme a profundidade da água. Cada conjunto de estacas leva entre 5 a 10 dias para ser instalado.

A engenheira fiscal Larissa Vieira destaca a complexidade do trabalho devido às condições geológicas, geotécnicas, hidrológicas e climáticas da baía, que podem afetar o andamento dos serviços. O leito da baía é heterogêneo, com solos alterados, matacões e diferentes níveis de rocha, além das variações de maré, ventos e mau tempo que podem impactar a qualidade e segurança da obra. Apesar disso, os trabalhos estão dentro do cronograma, graças a um planejamento cuidadoso que considera possíveis imprevistos e as ações necessárias para mitigá-los.

Durante a construção, o ferry boat continua operando para atender a população. Foi estabelecido um projeto específico de sinalização náutica em colaboração com a empresa Internacional Marítima, que opera a travessia, e a Marinha, garantindo a segurança das operações. Em alguns períodos, o ferry boat precisará ajustar seu trajeto para evitar as áreas de construção.

A fiscalização da obra é realizada pelo Consórcio Supervisor da Ponte de Guaratuba, com suporte técnico do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) e do Instituto Água e Terra (IAT), assegurando o cumprimento dos padrões de qualidade, segurança e ambientais exigidos pelo Governo do Estado.

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