O governador Carlos Massa Ratinho Júnior recebeu nesta quarta-feira (27/04) o anteprojeto do Terminal Metropolitano de Londrina, que vai atender as linhas de ônibus intermunicipais e metropolitanas do Norte do Paraná. O estudo foi elaborado por entidades do setor produtivo da região, que fez a doação ao Governo do Estado. Ele vai nortear o projeto executivo da obra.
Participaram da elaboração o Sindicato da Indústria da Construção Civil Paraná Norte (Sinduscon), a Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos do Norte do Paraná (Sindimetal), o Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (Ceal) e a Sociedade Rural do Paraná.
“Esse gesto das entidades demonstra o interesse da sociedade civil em buscar soluções para Londrina e todo o Norte do Paraná”, afirmou o governador. “Estamos trabalhando de forma conjunta para resolver um problema de anos e construir um terminal funcional, prático, moderno e que será um indutor de desenvolvimento. Além de facilitar a mobilidade de milhares de pessoas, a construção também vai valorizar o entorno”.
O novo terminal solucionaria um problema de mobilidade e traria mais segurança aos passageiros que utilizam o transporte coletivo intermunicipal e metropolitano. As pessoas que desembarcam em Londrina ou seguem para outras cidades da região utilizam os pontos de ônibus espalhados pela Avenida Arcebispo Dom Geraldo Fernandes (Leste-Oeste), no entorno do Terminal Urbano Central. Com o projeto, a chegada e saída dos ônibus ficariam concentradas em um só lugar.
O local escolhido para a implantação é um terreno de 12 mil metros quadrados em frente ao Terminal Central, que pertencia à Empresa Intercontinental de Café e está sem uso há muitos anos. O decreto nº 9208/21, publicado em outubro do ano passado, declarou a área como de utilidade pública, prevendo a desapropriação do imóvel para construção do Terminal Metropolitano. O Governo do Estado já tem o recurso disponibilizado e agora aguarda definições da medição para a aquisição do terreno.
INTERMUNICIPAL
De acordo com o Plano de Mobilidade de Londrina de 2019, cerca de 19 mil viagens eram realizadas por dia no sistema de transporte intermunicipal e metropolitano, sendo que 88% delas tinham origem ou destino em Londrina e apenas 12% cruzam a cidade. A maior parte dos passageiros é para Cambé e Ibiporã, mas o terminal atenderia também os moradores dos municípios de Assaí, Jataizinho, Rolândia, Bela Vista do Paraíso, Sertanópolis e São Sebastião da Amoreira.
A maior parte da movimentação de passageiros, segundo o plano, é de pessoas que vão a Londrina a trabalho ou negócios, a lazer ou para estudar, sendo que o principal destino das viagens é o Centro da cidade. Um quarto dos moradores de cidades como Cambé e Ibiporã, que são conurbadas com Londrina, trabalham no município.
“Esta obra é uma demanda de muitos anos e o Governo do Estado assumiu o compromisso de construir o Terminal Metropolitano para abrigar os passageiros que vêm de outras cidades. Onde eles ficam hoje é um lugar de difícil acesso e com pouca estrutura para se abrigar contra a chuva e o sol forte”, explicou Sandra Moya, chefe do Núcleo Regional da Casa Civil da Região Metropolitana de Londrina.
Ela destacou que a parceria com o setor produtivo vai dar mais celeridade ao processo de implantação. A partir de agora, o Estado trabalhará, paralelamente, com a aquisição do terreno e a elaboração do edital de licitação, que deve ser na modalidade de Regime Diferenciado de Contratação Integrada (RDCi), em que o projeto executivo é elaborado pela mesma empresa que vai executar a obra.
“A sociedade de Londrina e de toda a região sabe da importância desse terminal. Por isso trouxemos o setor produtivo para participar desse projeto. Eles aceitaram a parceria e elaboraram em um curto espaço de tempo o anteprojeto apresentado ao governador”, disse Sandra.
PROJETO
O anteprojeto apresentado pelas entidades prevê a construção de um terminal com 4.850 metros quadrados de área coberta em estrutura metálica e fechamento lateral em concreto armado. Uma área de 930 metros quadrados seria destinada aos passageiros, com instalações sanitárias e de alimentação, área administrativa, atendimentos aos funcionários e motoristas e área técnica. O restante da construção (3.920 metros quadrados) deve abrigar sete plataformas com 21 baias de paradas de ônibus.
Os acessos ao terminal serão independentes, de mão única, para não haver o cruzamento de veículos. A estrutura terá acessibilidade a pessoas com deficiência e também deve contar com uma passarela elevada para a integração com o Terminal Central. O novo terminal deve ter, ainda, paraciclos e integração com a Rede Cicloviária de Londrina e uma cortina verde com árvores e arbustos de médio porte para minimizar os ruídos e melhorar a qualidade do ar no entorno.
O presidente do Sinduscon, Sandro Nóbrega, salientou que o projeto vai revitalizar um terreno que hoje está sem uso, movimentando a economia no entorno. “Aquela região sofre com a falta de vida econômica no local. Com o terminal, que vai trazer pessoas de fora de Londrina, a área será revitalizada e pode começar a trazer serviços complementares para a população que vai passar a circular naquele local”, afirmou.
“Além disso, a situação dos passageiros atualmente é um pouco precária, porque não existe uma estrutura para atendê-los. Os pontos de ônibus são cobertos, mas não há um acolhimento para essas pessoas, o que é fundamental para ter segurança, qualidade de vida e melhores condições aos passageiros”, completou.
De acordo com o anteprojeto, a construção será sustentável. Está prevista a instalação de um sistema de captação de água da chuva na cobertura, para o reuso no terminal, e de placas fotovoltaicas para a geração de energia. Para ampliar a resistência e durabilidade do pavimento, a indicação é pela construção de uma pista em concreto armado, em substituição ao asfalto, em frente às paradas de embarque e desembarque.