Fórum de Mobilidade tem visita técnica e discussões sobre como tornar o transporte público mais eficiente e sustentável e o trânsito mais seguro

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Foto: Luiz Costa/SMCS
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Representantes de cidades do Brasil e do exterior conheceram o sistema de transporte coletivo de Curitiba, considerado modelo para o mundo, no primeiro dia do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, que começou nesta terça-feira (22/3) e prossegue na quarta (23/3) em Curitiba.

Pela manhã, uma delegação formada por cerca de 30 pessoas percorreu a cidade de ônibus Ligeirão Santa Cândida – Praça do Japão, e conheceu as novas tecnologias que vêm sendo implantadas no transporte coletivo e no trânsito da cidade. A visita técnica contou ainda com visita à Rua Voluntários da Pátria, no Centro da cidade, que foi completamente revitalizada, e à Muralha Digital, estrutura digital de segurança da capital. Estiveram presentes participantes de cidades espanholas, como Barcelona e Nigrón, e italianas, como Roma e Parma, além de cidades brasileiras.

Segundo o presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto. o transporte coletivo passa por desafios, como reduzir custos, com a adoção de novas formas de financiamento do setor, e tornar o sistema atrativo para novos passageiros.

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“Só vamos atrair novos passageiros para o sistema se proporcionarmos a eles uma boa experiência, com ônibus rápidos, eficientes, modernos, com novas tecnologias e que tragam conforto para o passageiro”, diz.

O avanço do setor passa também pela adoção de novas tecnologias, mais sustentáveis, que contemplem, por exemplo, a eletromobilidade.

Projeto curitibano

O plano de implantação da eletromobilidade nos deslocamentos urbanos foi apresentado pelos técnicos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).

A assessora de investimentos, Ana Jayme, mostrou as estratégias do município para cumprir a meta de zerar emissões de carbono no sistema de transporte até 2050. Para isso, foram estabelecidas três premissas: 85% dos deslocamentos urbanos serem coletivos, 7% de veículos individuais e 100% veículos com tecnologia zero emissão.

Foto: Luiz Costa/SMCS

As estratégias montadas para atingir metas ousadas estabelecidas pelo PlanClima incluem a descarbonização da frota, a atração de mais usuários para o sistema – hoje 26% dos deslocamentos urbanos são feitos de ônibus na capital, contra 46% de veículos individuais – estímulo à mobilidade ativa com bicicletas compartilhadas e caminhada, e o uso de dados para aprimorar a operação.

Os projetos Inter 2 e BRT Leste Oeste serão as portas de entrada para a aplicação dessas estratégias que depois serão escaladas para as demais linhas de ônibus.

Com uma carteira total de R$ 1,2 bilhão em investimentos internacionais com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o NDB (New Development Bank), os projetos vão investir em conforto e tecnologia para os usuários, com conectividade para acesso ao sistema multimodal, caminhabilidade e segurança no entorno das estações, dentro e fora dos equipamentos urbanos, além de ônibus elétricos para minimizar a emissão de poluentes.

Segurança no trânsito

Curitiba também desponta como referência, com projetos para ampliar a segurança no trânsito, com a renovação do programa Vida no Trânsito, cuja meta é reduzir em 50% as mortes e lesões graves no trânsito.

Segundo a superintendente de trânsito de Curitiba, Rosângela Battistella, os objetivos são tornar as ruas completas e seguras para todos, investir em multimodalidade, convivência harmônica e redução da velocidade nas vias urbanas. A implantação de áreas calmas no centro de Curitiba e a instalação de fiscalização eletrônica reduziram em 30% os acidentes.

“Estamos estudando implantar a área calma em bairros em regiões onde é preciso reduzir a velocidade”, disse. Outras ações com resultados positivos para ampliar a segurança no trânsito são implantação de binários, faixas exclusivas de ônibus e ainda a ampliação de faixas de trânsito monitorada.

Novas tecnologias

Além de mais sustentável e segura, a mobilidade da capital tem avançado na adoção de novas tecnologias, como EstaR Digital – que tornou eletrônico o pagamento pelo estacionamento regulamentado – o aplicativo de táxis, o cadastramento eletrônico de aplicativos de transporte, a implantação do Centro de Controle Operacional (CCO) e sua integração com a área de fiscalização do transporte coletivo.

De acordo com Vilson Kimmel, gestor da área de tecnologia da informação da Urbs, novas funcionalidades, como o pagamento com cartões de débito, crédito e carteiras digitais, que começou na última sexta-feira (18/3), devem atrair novos passageiros para o sistema no médio prazo.

Outra tecnologia que deve trazer conforto para o usuário e aumentar a segurança é a biometria facial, que deve estar disponível dentro de alguns meses. Com a implantação, a tendência é diminuir fraudes nos cartões isentos dos idosos e também eliminar a necessidade desse público até a Urbs para fazer a prova de vida todos os anos.

Integração de dados

O primeiro dia do Fórum contou ainda com a apresentação da integração com a Região Metropolitana de Curitiba. Os dados, apresentados pelo diretor de transporte da Comec, William Corrêa, mostraram como o transporte coletivo da capital é o mais integrado do País, com ligação entre 15 cidades e 61 linhas. “Hoje é possível ir de Contenda a Bocaiúva do Sul, percorrendo uma distância de 80 quilômetros, pagando apenas uma passagem”, destacou.

MOBILIDADE CURITIBA

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