Ministério Público aperta o cerco contra caminhoneiros que fraudam exame toxicológico

Em 2016, entrou em vigor a Lei Federal 13.103 que tornou obrigatória a realização do exame toxicológico para emissão e renovação da Carteira Nacional de Habilitação nas categorias C, D e E, e na admissão e desligamento de motoristas contratados pelo regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Agora, o exame toxicológico voltou a ganhar destaque no Brasil após o Ministério Público intensificar a identificação de motoristas que tentam burlar a lei nacional.

Nos últimos cinco meses, o Ministério Público identificou quase 300 caminhoneiros, nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que pagaram de R$ 800,00 a R$ 1.500,00 para forjar resultados de exames antidrogas. A primeira medida contra os infratores será o bloqueio da Carteira Nacional de Habilitação, e nos próximos meses a identificação e fiscalização deverá ser intensificada em todo país.

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  • Infelizmente, as drogas sempre foram muito comuns nas estradas brasileiras. Segundo números do Ministério do Trabalho, um terço dos caminhoneiros utilizam algum tipo de substância para se manter acordado por horas e horas. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, em 2017 foram registrados 89.318 acidentes graves nas estradas e 48% deles foram provocados por caminhões.

    Exame toxicológico

    Além de garantir a segurança nas estradas brasileiras, o exame toxicológico é rápido e extremamente eficiente, detectando a presença de metabólitos de drogas psicoativas que se depositam nos fios de cabelo ou pelos, por um período de até 90 dias. Hoje, o exame é encontrado em laboratórios de todo Brasil e, de acordo com a legislação, o resultado deve sair em até 15 dias.

    recolhe cabelo
    Foto: Divulgação

    Para assegurar confiabilidade, todo processo de coleta de cabelos ou pelos é realizada na presença de uma testemunha para garantir um resultado seguro. Quando o exame é feito a partir de cabelos, são necessários 120 a 150 fios com, no mínimo, 4 centímetros de comprimento.

    Já em casos de coleta de pelos do corpo, é retirado uma quantidade equivalente a uma bola de algodão com 2 centímetros de diâmetro. São coletadas duas amostras – uma vai para análise e a outra fica à disposição das autoridades e do motorista, no banco de dados do laboratório.

    “O teste verifica diversas substâncias, entre elas as anfetaminas mazindol, femproporex e anfepramona e as anfetaminas ilegais ecstazy, MDA e MDMA. Além disso, conseguimos identificar metanfetaminas, maconha, cocaína, bezoilecgnonina, cocaetileno, norcocaína, opiáceos codeína, morfina e heroína. A legislação exige até 15 dias para o resultado, mas estamos preparados para entregar em no máximo em 10 dias. Agilizar resultados beneficia o processo de liberação do motorista”, explica o gestor do DB Toxicológico, Jean Haratsari.

    A empresa, que pertence ao grupo Diagnósticos do Brasil, é certificada pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), tem uma estrutura exclusiva de atendimento para exame toxicológico e responde por aproximadamente 15% dos procedimentos realizados no país. Para garantir a segurança do teste, a empresa trata a cadeia de custódia dos exames taxológicos com muito rigor, que começa pela capacitação dos coletores.

    Desde a implantação da ferramenta, quase 4 mil já foram treinados. Outro diferencial fica por conta da logística do grupo, que consegue atender o mercado brasileiro com agilidade por meio de dezenas de unidades de atendimento e mais de 400 rotas que atendem, aproximadamente, 6.000 cidades.

    Exame caminhoneiro
    Foto: Divulgação

    De acordo com números do DB Toxicológico, a cocaína ultrapassou a anfetamina, popularmente conhecida como “rebite”, e é a droga mais utilizada por caminhoneiros. “O custo da cocaína baixou e ela passou a ser vendida em muitos pontos das estradas. Hoje, ela é responsável por mais da metade dos exames toxicológicos com resultado positivo. Ela é utilizada por aqueles caminhoneiros que querem se manter acordados por várias horas”, detalha Jean Haratsari.

    Caso o resultado do exame seja positivo para qualquer substância ilegal, o motorista terá a Carteira Nacional de Habilitação suspensa e deverá aguardar três meses para realizar um novo exame. “Após a realização de um novo toxicológico, a suspensão da carteira pode ser revista caso o resultado seja negativo. Sabemos da importância dos caminhoneiros para o Brasil, e é importante que eles entendam que a lei é benéfica para todos e visa aumentar a segurança em nossas estradas. Desde que ela entrou em vigor, houve uma redução de 40% no número de acidentes com veículos pesados”, completa Jean Haratsari.

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