O Plano de Estrutura Cicloviária, apresentado na 51ª reunião ordinária do Conselho da Cidade de Curitiba, nesta quinta-feira, dia 4 de abril, na sede do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, receberá contribuições da sociedade organizada. A proposta será discutida em detalhes na Câmara Temática de Mobilidade Urbana do Conselho da Cidade de Curitiba em reunião a ser agendada.
“O Plano Cicloviário está inserido como plano estratégico no Plano Diretor de Curitiba e no Plano Setorial de Mobilidade”, destacou o coordenador do Plano Cicloviário, arquiteto Antônio Pedro Taboada, durante a apresentação ao Conselho da Cidade de Curitiba.
Segundo Antônio Pedro Taboada, a estruturação cicloviária proposta para a cidade leva em conta o que prevê o Código de Trânsito Brasileiro e a Lei Federal de Mobilidade Urbana, entre outros instrumentos que regulam os deslocamentos por bicicleta nas cidades.
“O plano segue uma lógica que passa pelo inventário da infraestrutura existente e o diagnóstico da condição de pavimentação e sinalização. É o primeiro passo para se ter uma estrutura cicloviária bem definida na cidade adequada aos padrões necessários”, disse.
O projeto foi elogiado por cicloativistas e pelos conselheiros presentes à reunião. Fernando Rosenbaum, da Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu, agradeceu ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba pelo plano e ofereceu contribuições. “O plano está bem levantado. Mas há pontos que podem ser melhorados”, observou.
Fernando Rosenbaum ressaltou que a Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu tem conteúdo disponível de pesquisas realizadas em campo. “Já fizemos 841 entrevistas e pesquisas de contagens de ciclistas em pontos distintos da cidade”, disse. Ele foi acompanhado na reunião de Henrique Jacobi e João Pedro Bazzo, também integrantes da associação.
O conselheiro Mauro da Costa, da Associação de Moradores Saturno, destacou a complexidade e a importância do plano para a segurança de quem transita de bicicleta pela cidade. “A gente viu que não é tão simples assim construir um projeto dessa envergadura. A segurança dos ciclistas é uma questão importante a ser considerada”, afirmou Mauro da Costa.
Na opinião de Andréa Braga, do Conselho Regional de Serviço Social, a estruturação proposta deve seguir o contexto do Plano Nacional de Mobilidade que também tem como prioridades o transporte coletivo, a eletromobilidade e os deslocamentos peatonais (andar a pé e os pedestres).
Para o conselheiro Ricardo Vilarinho da Costa, da Universidade Livre para a Eficiência Humana, o debate em torno da ciclomobilidade deve ser acompanhado por um grupo de trabalho tendo em vista a importância do tema e suas variáveis, como por exemplo, o crescimento da oferta de aplicativos de mobilidade urbana.
Cristina de Araujo Lima, representante da Universidade Federal do Paraná junto ao Conselho da Cidade de Curitiba disse que o plano reitera a fama de Curitiba na competência do planejamento urbano. “Minha preocupação não é a qualidade técnica, mas diz respeito aos laços de integração na parte sul da cidade”.
Para ela, o plano deve ser elevado à abrangência metropolitana com a participação dos prefeitos e reforçado com a manutenção das estruturas de forma a evitar o abandono.
Na opinião de Júlio César Pereira, representante do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas no estado do Paraná, a intermodalidade deve ser considerada no projeto.
Intermodalidade
O plano apresentado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba favorece a intermodalidade ou multimodalidade de transporte. Prevê um sistema integrado por laços de conexão, que ligam, por meio de sinalização ou infraestrutura, os setores não contemplados à estrutura cicloviária mais próxima.
Já na primeira etapa do plano, com início neste ano, a estrutura cicloviária da cidade deverá ser ampliada em quase 14% com a implantação de mais 28,8 quilômetros de ligações cicloviárias importantes e integradas aos eixos de transporte da Avenida República da Argentina e Rua Padre Anchieta a universidades e locais de grande fluxo de pessoas.
De acordo com a supervisora de Planejamento do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, Rodane Valduga, as intervenções para a implantação da ciclofaixa na Avenida República da Argentina serão feitas com a adequação das vias calmas com o nivelamento de bocas de lobo para a segurança dos ciclistas. São obras que deverão ser feitas com recursos próprios do município.
Com o plano finalizado, Curitiba terá mais 200 quilômetros de estrutura de vias para bicicletas, o correspondente a 8,5% do total dos 4,8 mil quilômetros da malha viária.
Nas implantações estão previstos tipos diversos de estruturas cicloviárias, entre ciclovias, ciclofaixas, ciclofaixas sobre a calçada, vias compartilhadas, ciclorrotas e passeios compartilhados.
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