Nesta quinta-feira, dia 13 de fevereiro de 2020, a arquiteta Lauramaria Pedraza, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, esteve no Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência para falar sobre os Cadernos de Viagem.
Durante uma semana, técnicas do Banco Interamericano de Desenvolvimento e do departamento da Prefeitura de Curitiba acompanharam pessoas com mobilidade reduzida que utilizam a linha de ônibus Inter 2 em seus trajetos de rotina, para relatar as dificuldades encontradas e sugerir possíveis melhorias.
O resultado da pesquisa forneceu dados para os Cadernos de Viagem, instrumento de orientação que faz parte do programa de intervenções do Banco Interamericano de Desenvolvimento no projeto do novo Inter 2, para a modernização da Rede Integrada de Transporte. Os resultados deste levantamento serão encaminhados também como subsídios ao Plano Setorial de Mobilidade, em desenvolvimento pela Prefeitura de Curitiba.
“Curitiba é uma cidade sustentável, acessível e com este projeto tem uma grande oportunidade de ser ainda mais inclusiva”, disse Lauramaria, que é colombiana e trabalha na divisão de transportes do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Washington.
A arquiteta também comparou Curitiba com as outras cidades onde a metodologia foi aplicada. A capital paranaense se destacou na pesquisa porque tem grande respaldo institucional e trabalha a acessibilidade de maneira transversal, envolvendo diversas secretarias municipais.
Avaliação do passageiro
Além da equipe do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência, estiveram na reunião desta quinta-feira representantes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, da Urbanização de Curitiba e as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida que participaram da pesquisa. Dentre eles, Bruno Passos Schneider, de 24 anos, que tem deficiência intelectual.
Bruno Passos Schneider avaliou a viagem do ônibus com a nota 4.6, de um total de 5.0. Para ele, a maior dificuldade no trajeto do Inter 2 são a falta de acessibilidade atitudinal e comunicacional: muitas pessoas não respeitam as prioridades e agem de forma pouco educada. Outra dificuldade encontrada por Bruno foi alcançar as barras de apoio nos ônibus, que são muito altas.
“Esta pesquisa foi muito importante, identificamos algumas questões que foram resolvidas a curto prazo”, disse a diretora do departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Denise Moraes.
Inter 2
O projeto do Inter 2 prevê a acessibilidade segura com intervenções no pavimento das calçadas do entorno e em áreas de abrangência de todas as estações, com iluminação e sinalização que facilitem os deslocamentos.
As 12 novas estações no itinerário do Inter 2 terão rampas de acesso e espaço amplo para o deslocamento de cadeirantes.
A evolução do Inter 2 contará com R$ 534 milhões em investimentos – R$ 427,2 milhões em recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento e contrapartida da Prefeitura de Curitiba de R$ 106,8 milhões.
Case em Brasília
Na terça-feira, dia 11 de fevereiro, a diretora do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Denise Moraes, esteve em Brasília a convite do Banco Interamericano de Desenvolvimento, para participar da sessão Inclusão e Diversidade nos Transportes.
Denise Moraes apresentou os serviços que a Prefeitura de Curitiba oferece à população, falou sobre os tipos de deficiência, a legislação referente ao tema e também sobre a pesquisa realizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento na cidade.
“Este é o momento da inclusão social, os novos projetos de transporte devem ser pensados em acessibilidade”, disse Denise Moraes. “É preciso considerar o desenho universal, tem que ser bom não só para as pessoas com deficiência, mas para todos”, afirmou.
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