Presidente da Urbs esclarece dúvidas de vereadores sobre o reajuste da tarifa de ônibus

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Urbs Tarifa
Audiência na Câmara Municipal de Curitiba com o presidente da Urbs sobre o reajuste da tarifa (Foto: Lucília Guimarães/SMCS)
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O presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto, esclareceu dúvidas dos vereadores sobre o reajuste da tarifa de ônibus para R$ 5,50, que entrou em vigor na terça-feira (01/03). Trata-se do primeiro reajuste desde 2019.

Durante a sessão híbrida (presencial e online) da Câmara Municipal de Curitiba na manhã desta quarta-feira (02/03), ele explicou como o valor do reajuste – de R$ 1 – é o mínimo possível para manter a sustentabilidade do sistema frente ao forte aumento dos custos relacionados ao transporte, que subiram muito acima da média da inflação desde 2019.

Nos últimos três anos, o diesel, por exemplo, acumula alta de 76%, enquanto o biodiesel subiu 131% e os pneus tiveram reajuste de 43%. Além da alta dos insumos, a redução no movimento de passageiros causada pela pandemia é outro fator de forte pressão para o sistema. Atualmente, mesmo com a retomada, o número de passageiros por dia ainda é 70% do registrado antes da pandemia. Mesmo assim, o reajuste, de 22%, ficou em linha com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

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A convite do presidente da Câmara Municipal de Curitiba, Tico Kuzma, e do líder do governo, Pier Petruzziello, Maia Neto respondeu a perguntas de 18 dos 38 vereadores da Casa durante quase três horas. Essa é a sexta vez que o presidente da Urbs participa de sessões da Câmara Municipal de Curitiba para falar sobre o transporte coletivo nos últimos dois anos.

Tarifa técnica

Ele explicou que a chamada tarifa técnica, que representa o custo real por passageiro e é paga pelo município às empresas de ônibus de forma a manter o sistema em operação, subiu 32% desde 2019 e está atualmente em R$ 6,36. A projeção da Urbs é que a tarifa técnica terá variação entre R$ 6,36 e R$ 7,20 até fevereiro do próximo ano.

Maia Neto ressaltou que a diferença entre a tarifa técnica e a que é desembolsada pelo usuário será paga com o subsídio previsto para o ano, de R$ 157 milhões (R$ 60 milhões do Governo do Estado e R$ 97 milhões da Prefeitura). “O subsídio é do tamanho que a Prefeitura pode arcar, sem comprometer o atendimento de outras áreas, como saúde, educação e defesa”, lembrou. “E o subsídio não é para as empresas de ônibus, é para o usuário, para que ele possa pagar um valor menor, que onere menos o seu orçamento”, diz.

Segundo ele, a Urbs adotou várias medidas para reduzir custos e frear a alta da tarifa técnica nos últimos meses, como uso de novas tecnologias, adoção de tarifa diferenciada fora do horário de pico em algumas linhas, fechamento de estações-tubo no período noturno e ainda implantação de iluminação de LED no sistema, o que gerou uma economia de R$ 1 milhão por ano.

Diferença entre cidades

O presidente da Urbs também respondeu questões sobre diferenças de valores da tarifa de Curitiba em relação à praticada em cidades menores da Região Metropolitana de Curitiba.

“Para uma tarifa de R$ 1,70, como a de Araucária, por exemplo, Curitiba precisaria de um subsídio de R$ 720 milhões”, destaca. É preciso, segundo ele, lembrar que não dá para comparar sistemas de transporte coletivo com portes tão diferentes.

A frota de Curitiba é de 1,2 mil ônibus, enquanto em Araucária é de 91 ônibus. “Aqui temos 23 terminais, em Araucária é um único terminal. Além disso, lá 75% do sistema é subsidiado”, afirmou.

Considerado o mais integrado do País, o transporte coletivo da capital também alcança muito mais usuários, ao integrar com 15 municípios vizinhos. Por mês ingressam 2,25 milhões de pessoas da Região Metropolitana de Curitiba no transporte coletivo, completou.

Hoje é possível ir da Fazenda Rio Grande a Colombo, passando por Curitiba, pagando uma única passagem. “Estamos falando de uma distância de 42 quilômetros, a um custo de R$ 5,50. Comparando com um custo de rodar de carro, com a gasolina a R$ 6,3 por litro, estamos falando de uma despesa de quase R$ 50”, afirmou.

Maia Neto também comentou sobre como a Prefeitura vem se preparando para o fim do atual contrato do transporte coletivo, que se encerra em 2025. “Fizemos muitos aditivos a esse contrato desde 2017, porque entendemos que não é o ideal. Estamos trabalhando para que seja um modelo mais moderno, justo e eficiente”, disse.

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