Os meses de pandemia foram de incertezas e oscilações para todos os segmentos da economia em função da inconstância e fragilidade gerada no mercado pela pandemia global da Covid-19. Embora o vírus ainda não esteja controlado e as consequências da sua propagação sigam assombrando empreendedores e varejistas em todo o mundo, as vendas de motocicletas fecharam 2021 com 1.157.369 unidades emplacadas, um crescimento de 26,42% na comparação com 2020, minimizando os prejuízos de grande parte das indústrias e comércios. Neste contexto, um dos segmentos com projeções mais otimistas para este ano é o de motopeças.
“As motocicletas foram as grandes protagonistas nos momentos mais instáveis da pandemia, seja como instrumento de trabalho para entregadores ou meio de transporte livre de aglomerações. Elas foram responsáveis por manter o mercado ativo e nós acabamos nos tornando um serviço essencial para estas pessoas”, afirma a gerente de suporte comercial da Laquila, empresa líder do mercado de motopeças da América Latina, Iael Trosman.
Mesmo com a instabilidade econômica, a empresa registrou um crescimento de 25% e uma alta no giro de peças de motor para motocicletas. Além disso, na contramão do mercado, se antecipou ao abastecer seus estoques antes da virada do ano, não sofrendo com o desabastecimento enfrentado por empresas dos mais variados segmentos no Brasil. “Foi um período de muita volubilidade, com meses de cenários positivos e meses de baixa no faturamento, mas o fato das motos terem ganhado espaço como uma opção para gerar renda extra colaborou para o equilíbrio no nosso segmento”, acrescenta.
Com a necessidade de distanciamento social, os serviços de entrega em domicílio ganharam muitos novos adeptos no ano que passou, registrando aumentos significativos no fluxo de pedidos e no número de novos estabelecimentos e entregadores cadastrados. Além disso, muitos tornaram a moto seu principal meio de transporte por fatores econômicos ou de segurança, projetando um crescimento no mercado de motopeças maior até mesmo que o das próprias montadoras.
“Muitos dos profissionais que passaram a trabalhar para os apps de delivery optaram por adquirir uma moto nova, mas há uma grande parcela que investiu em peças para potencializar sua moto de lazer ou fora de uso e transformá-la em instrumento de trabalho. Da mesma forma os que já trabalhavam nessa função e os que compraram novas motos também buscaram nossos serviços pois a alta demanda gerou uma necessidade mais constante de manutenção”, explica a gerente de suporte comercial.
Os novos hábitos de serviços via delivery e a absorção da motocicleta como mecanismo individual de mobilidade ocasionados pela pandemia não frearam o setor e devem seguir refletindo em 2022. “Após a grande indefinição do começo da pandemia, nós chegamos a um efeito rebote, no qual a demanda de motopeças aumentou significativamente de uma hora para outra, nos permitindo projetar um aumento nas vendas, mesmo sem estatísticas concretas”, completa Iael Trosman.