Idoso acusa mulher negra por furto em ônibus, mas carteira estava com mulher branca

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Santa Cândida Capão Raso
Foto: César Brustolin/Secretaria Municipal da Comunicação Social
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Na quinta-feira, dia 16 de janeiro, quando o ônibus da linha Santa Cândida – Capão Raso estava em frente ao Shopping Estação, em Curitiba, um senhor idoso se deu conta que furtaram sua carteira, ele acusou uma mulher negra do furto e chamou a polícia.

Nisso uma mulher (chamada Evelyn) começou a gravar toda a cena com o celular dentro do ônibus, a mulher negra que estava tendo seus pertences revistados pela polícia nega que tenha furtado a carteira do senhor idoso e a mulher que está gravando diz que ela não estava perto do senhor idoso quando embarcou no ônibus.

Enquanto a mulher negra segue sendo revistada, a mulher que está filmando acusa o senhor idoso de racismo e nisso uma pessoa dentro do ônibus se intromete na conversa e grita “se tá com dó, leva pra casa”, acreditando que a mulher negra teria furtado a carteira.

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Minutos depois aparece uma senhora dizendo para o policial que viu uma mulher branca na frente do ônibus escondendo uma carteira dentro da calça. O policial vai até a mulher branca, traz ela pra junto da mulher negra e nisso o policial pergunta se as duas se conheciam, mas quem está gravando a cena e a mulher negra dizem que não.

Nisso o policial pede pra mulher do senhor idoso levantar a blusa da moça branca e é comprovado, ela tinha colocado dentro da calça a carteira do senhor idoso. O policial pergunta se a mulher negra deseja acompanhá-lo para registrar boletim de ocorrência na delegacia, mas ela disse que não poderia ir.

Até onde o vídeo foi gravado, o senhor idoso não pede desculpas para a mulher negra, apenas uma senhora (que estava acompanhada do senhor idoso) pediu desculpas à mulher negra. A mulher branca foi encaminhada para a Central de Flagrantes.

Depoimento no ônibus
Texto publicado pela passageira Evelyn em seu perfil pessoal no Facebook onde também publicou o vídeo
Depoimento parte
Texto publicado pela passageira Evelyn em seu perfil pessoal no Facebook onde também publicou o vídeo

A Polícia Militar encaminhou uma nota à rádio Banda B onde afirma que a abordagem à passageira negra foi feita com o consentimento dela e que o caso “foi resolvido de forma rápida e eficaz”. O texto também diz que a corporação atua “independente de cor, raça ou gênero”. Leia na íntegra:

“Uma equipe da Polícia Militar foi acionada, em 16/01/2020, por volta das 14h20, na região central de Curitiba, quando estava em deslocamento pela travessa da Lapa, devido a um roubo/furto de uma carteira em um biarticulado, e prontamente agiu. Os policiais entraram no ônibus, fizeram uma avaliação imediata e abordaram quem as vítimas indicaram, conseguindo, assim, recuperar os pertences das vítimas idosas que, naquele momento, encontravam-se em situação de vulnerabilidade.

Os policiais resolveram a situação demonstrando que a PM é uma instituição absolutamente treinada, preparada e pode ser acionada sem nenhum formalismo, ou seja, até com um aceno de mão, atua no momento em que o problema está acontecendo e, com uma intervenção rápida, conseguiu resolver o problema que se apresentava.

Independente de cor, raça ou gênero a PM atua com objetivo de salvaguardar vidas e proteger aqueles que, por ventura, encontrem-se vulneráveis ou necessitados de apoio da Corporação. A PM abordou, neste caso, uma mulher negra, que foi indicada pelas vítimas, mas fez a abordagem com o consentimento dela, assim como abordou outra mulher, igualmente indicada no local.

No entanto, é importante lembrar que o caso foi resolvido de forma rápida e eficaz, por policiais de uma unidade de atuação em rodovia, mas que não se negaram a atender uma situação em perímetro urbano, uma vez que a PM pode atuar em qualquer região ou lugar do Estado, de maneira desburocratizada e objetivando a solução. A PM atua juntamente com a população e foi com informações de populares que conseguiu resolver esta situação e devolver os pertences ao cidadão, além de garantir a segurança para toda a comunidade que estava naquele ônibus.

A Polícia Militar, em sua doutrina de emprego operacional, processos de formação e qualificação profissional, não possui qualquer forma de distinção étnico-racista ideologicamente concebida e nem direciona ações e operações policiais militares que mirem afrodescendentes. O trabalho policial é atender a população em suas necessidades, e foi neste sentido que a equipe policial atendeu a ocorrência, após ser solicitada. Além de estar nas ruas para qualquer situação, a PM também pode ser acionada pelo 190 – telefone de emergência, além do app 190 PR.”

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